quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Poeta lunar


Contigo aprendi que vale a pena tentar
Comigo aprendeste que vale a pena esperar
Voltei a sentir-me amada
Protegida, imaginada
O amor deixa de ser uma ilusão
Do sorriso brota a paixão
Fica na memória uma tarde passada
Nas fotos retratada
Momentos desprovidos de intenção
Renasce o sentimento, emerge a ilusão
Rasgo a ilusão, torno-a verdade
Abraças-me, agarrando a realidade
Que parecia fugir
E a nós sucumbir
Agarrada ao passado
O Presente não é aproveitado
Sou alertada
Por saber que por ti sou amada
Juntos embutidos numa encruzilhada
Pelos dois a saída é encontrada
Por muitos ignorada
Por tantos outros idolatrada
Mas só por nós partilhada
E procurada
A ilusão desvanece
O meu passado esmorece
Tu apareces
E meu futuro enriqueces
Fazes me esquecer
O que me fez sofrer
Fazes-me recordar
Aquilo a que chamam amar
Labirinto em que andava perdida
Em que não encontrava a saída
Onde sozinha entrei
Mas acompanhada a saída pisei
Junto a um ser que me esperou na encruzilhada
Onde passei, mas não quis ser encontrada
Corri para que me perdesse o rasto da passagem
Mas não deixou que fizesse sozinha a viagem
Manteve-se sempre do meu lado
Mesmo sentindo-se por vezes ignorado
Até que avistei o fim do labirinto
E decidi mostrar tudo o que sinto
Deixei para trás todo o emaranhado
Em que a minha vida se havia tornado
E voltei a descobrir
O que é voltar a sentir
Sentir a emoção
De uma nova paixão
Cathia Chumbo
**Obrigado por me esperares**

sábado, 18 de outubro de 2008

UM ESTADO DE ESPÍRITO…

Abrir os olhos e sentir…
A cor, a luz, a escuridão a desvanecer,
Surge uma ideia, uma esperança, uma alma a crescer.
O percurso amplia-se
O horizonte aproxima-se…
A chegar…
Quase a tocar…
E de repente, um momento, um silencio!
Escuro!

A cair…
O vazio apodera-se e a sombra preenche a tua forma
O teu ser
O teu pensar
Emergem no negro
No sossego do pensar e do sentir
E a cor sem forma e sem lugar
Esconde-se no teu olhar…

Diana Chumbo

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

A outra...

Noites em claro me fazes passar
Enquanto com a outra andas a privar
A aceitar isto sou obrigada
Sinto-me um lixo, um nada
Um filho me fecundaste
Casamento consolidaste
Para o mundo enganar
A tudo tenho de me sujeitar
Não te esforças para esconder
Aquilo que todos podem ver
São 4h da manhã, acabas de chegar
O perfume dela sou capaz de inalar
A indiferença, quando a meu lado te deitas
O sofrimento do teu filho, nem suspeitas
Loira, bem tratada, pele bronzeada
Enquanto eu, pela vida atraiçoada
Tenho que me sujeitar
Não me consigo sustentar
Em silêncio minhas lágrimas escorrem
Os sentimentos morrem
As traições persistem
Todos da plateia assistem
Às tuas noitadas
Às discussões das madrugadas
Comigo casaste
Onde ficou a fidelidade que me juraste?
Com o amor se enterrou
E só para a outra restou
(Baseada num caso real)
Cathia Chumbo

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Mulher da vida


Mais uma noite declarada

Na mesma esquina sentada

Olhar que perdeu a doçura

Fundindo-se na amargura


Outrora Bela

Menina Singela

Mostra-se agora desleixada

Por todos usada


Os sonhos perdia

Sempre que o mesmo sucedia

Vendia o corpo, não a alma

Apesar de tudo parece calma


Senhora do seu saber

Diz que perdeu o prazer

Perdeu o sabor

Daquilo a que chamam amor


Isto não é amor

Não é paixão

Tocam-me o corpo

Não o coração


Aquele que se fechou

Entrada proibida

Nenhum homem mais lhe tocou

Para fazer parte da sua vida


Outra é acompanhante

Diferença?

Apresenta-se estravagante


Sai com homens abastados

Bem parecidos, bem tratados

Para acontecer...

O mesmo filme, o mesmo prazer


Pela sociedade renegadas

Estas que não são empregadas

Quem és tu para as apontar?

Pensa que um dia podes ocupar a sua esquina, o seu lugar




Cathia Chumbo



O Homem


Perfeito foi o nosso ser,

Nascido de uma imagem,

Começou por querer,

Perdeu-se numa miragem.




Agora céu espelhado,

Que mostrais a nossa vida,

Continuamos sem olhar,

Caminhando à deriva.




Carreiro de formigas,

A trabalhar sem parar,

Numa natureza tão bela,

Não paramos para a contemplar.




Vestidos de orgulho,

Maquilhados pela vaidade,

Percorremos as veias do mundo,

Imperfeitos pela idade.




Rugas que não ensinam,

Mentiras contadas,

As trevas nos corações,

Das batalhas travadas.




Agua limpa que poluímos,

Não mais a podemos beber,

Sedosos em desertos fugimos,

Escorpiões até morrer.



Pedro Chumbo

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Meu Pai


Para os teus olhos olhava
E nada me faltava
O telefone tocava
E tudo se transformava...
Tanto te amei, tanto te olhei e beijei
Para ti vivi e sonhei!
Eras único, sincero, meigo e tão compreensivo
Olhar o teu rosto, segurar a tua mão, nada mais era preciso
Tanta neve atravessei
Para a noite ver teu sorriso
Tudo valia a pena, por ti meu pai
Olhar para ti, é tudo o que desejo
Mas um dia partiste!!
Nunca mais te olhei, toquei, nem beijei
Nunca mais sonhei, nunca mais amei
Tudo perdi, tudo odiei!!
Quero somente dizer-te
Que sem ti Pai, não viverei...
Noémia Chumbo

O monstro

Arrastava-se ao longe na escuridão
Um manto negro cobria-lhe a face
Tudo à sua volta era enevoado
O chão esfumecia conforme o pisava
Uma fenda à sua volta ficava
Onde iria?
Quem seria?
O que queria?
Apenas um monstro!!
Que não tinha direito à vida
No que tocava tudo destruia
Para onde olhava tudo desvanecia
Tudo o que queria desaparecia
Monstro do mundo
Monstro do nada
Não tinha ninguém, não tinha nada
Apenas do mundo, a morte esperava
Noémia Chumbo

Revolta


Nasci em berço de ouro

Tudo recebi de quem tanto me amava

Tanto amor e compreensão, tudo me dava

Tudo era menos do que desejava

Queria o Mundo

Queria o poder

Queria ser a MelhorPara quê?

Só sentia revolta, só sentia amargura

De tudo então, nada valeu...

Apenas ficou uma Mulher

Que nunca usou a palavra ternura


Noémia Chumbo

Amar de Verdade


Disseste que te desprezei
Só porque contigo “Amar” não usei
Não vou o amor banalizar
Só para te agradar

Por ti não seria capaz de chorar
O meu coração apertar
A morte desejar
Pois não sou capaz de te amar

Já chorei
Chorei tanto que quase sufoquei
Já lutei
Por um amor que nunca alcancei

De longe já observei
Mas não falei
Já ganhei coragem
E soltei de mim o lado mais selvagem

Por saber que amava
Que desejava
Que a tua presença ansiava
Que a distancia desprezava

Amar…Amar é isso mesmo…
Sentir um friozinho a crescer
Como um rebento que começa a nascer
Desejar que o mundo pudesse parar
Enquanto nos estamos a beijar
Sentir que só nós existimos
E a chave do mundo possuímos
Ansiar pela tua chegada
Recordar-te quando de ti estou separada
Sentir que nada nem ninguém nos vai separar
O futuro começar a planear
E sonhar…
Imaginar…
Pelo teu regresso ansiar…
É observar-te enquanto ao meu lado estás a dormir
Saber que a teu lado nada me pode atingir
Os dedos entrelaçados
Os olhares trocados
Sentir-me a esvoaçar
Enquanto o solo estou a tocar
Puder sonhar
Quando mais acordada não posso estar
Os meus olhos brilharem
Mesmo sem os teus cruzarem
Por ti um sorriso espelhar
Mesmo quando tudo parece desmoronar

Isso sim é amar…amor de verdade…



Cathia Chumbo

Amor impossível


A noite tomou conta de mim,

E nem o luar me consegue iluminar,

Será que sou o único neste mundo,

Que sofreu a lutar?

Onde anda aquele mar,

Desejoso por me abraçar,

Com ondas de sentimentos,

Que me faça afogar.

Antes que me lançava,

Sem me questionar,

E agora com medo,

Não consigo mais nadar.

Rodeado de espinhos,

Receoso do meu redor,

Apareceu-me um anjo,

Que soprou sobre a minha dor.

Atordoado questionei-me,

Se não seria uma visão,

Pois uma flor tão linda eu via,

Mas não lhe podia dar um toque com a minha mão.

Um amor impossivel tinha encontrado,

No fundo de um Vulcão,

Onde a lava me afastava,

De ter ali uma paixão.

Fui levado para uma caminho,

Onde não podia andar,

Porque me fazes isto destino,

Se eu apenas quero amar.

Minha princesa do sonho proibido,

Que me fazes renascer,

Não quero acordar nunca mais,

Porque nos meus sonhos encontrei a razão,

Para voltar a viver.


Pedro Chumbo

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Alma rasgada



Fruto de um passado,
A minha alma foi rasgada,
Um presente não desejado,
Um futuro com nada.


Promessas que me quebraste,
Palavras falsas proferidas,
Este coração tu levaste,
Em silêncio sinto as feridas.


Livro que foste aberto,
Com páginas de ódio e de dor,
Onde se escreve o incerto,
Agora sem palavras para o amor.


Sentimento maldito,
Que com choros fiz um manto,
Por um dia te ter dito,
Que te amava tanto.



Pedro Chumbo
Imagem de João Lobo

Velhos são os trapos


Entramos num lar

Com a directora vamos falar

Que nos encaminha até vós, seres esquecidos

Olham-me de longe, meio que perdidos



Ao seu lado acabo de me sentar

De cima a baixo todos me tentam observar

Não demonstram entre eles grande confiança

Espelham olhares despidos de esperança

Anseiam por um pouco de carinho, de quem os faça sorrir

De alguém que pare para os ouvir

Pela solidão acompanhados

Pela familia nunca são visitados

Em lares despejados

Todos os sonhos são despedaçados



Tantas histórias por contar

Tanta mágoa naquele olhar

Pedem-me para voltar, e assim voltei

Porque por momentos interesse demonstrei

Contaram-me histórias da sua juventude

Onde os sonhos atingiam a plenitude

Tanto trabalharam

Pelos filhos se sacrificaram


E agora pergunto eu...Para quê?


Por vocês os vossos pais se sacrificaram

E vocês o que fizeram?

No lar os deixaram

Para não terem que se preocupar

Para a sua existência não terem que recordar

Porque agora já não vos podem ajudar

Agora só estão a estorvar


Corrijam-me se estiver errada



Não pensam na sua felicidade

Vivem à quem da realidade

Entre quatro paredes fechados

Muitos são esquecidos, maltratados


Mas vocês? Não querem saber

É melhor esquecer

Pensar que deixaram de existir

São seres humanos capazes de sentir



Por isso no dia em que os teus pais fores lá deixar

Lembra-te que um dia podes ser tu a ir para o lar

A ser esquecido

E por aqueles que mais amas és traído
Cathia Chumbo

Sentimento

O Sol foge no destino do Outono,
Do coração de um refugiado de guerra,
Esconde-se com medo de ser avistado,
Deitando as suas magoas por terra.
Farto de lutar por um pedaço de paz,
Pergunta-se se valeu a pena,
Com raios de luz tudo enfrentou,
Ate que derrubado, não mais foi capaz,
E a sua fé ficou mais pequena.
Nessa estação de corações frios,
Quando as lágrimas silenciavam os risos,
Uma nova voz de esperança se ouve,
E com medo esse homem não se move,
Com o desejo de viver novamente,
Esse amor que um dia,
Sentiu que seria para sempre.
Pedro Chumbo

Uma criança


De um ventre de incertezas,
Uma criança olha ao seu redor,
No meio de risos e rezas,
Ele chora com a sua primeira dor.

Num mundo que carrega a sua cruz,
Ele espera ser amado,
Infeliz é o fruto dado à luz,
Que floresce, sem ser desejado.

A porta do céu foi-nos aberta,
E um anjo voou até nós,
E Ele lá em cima nos alerta,
Que a razão não é a nossa voz.

Cegados pela escuridão,
Essa criança é julgada,
Ela apenas quer o apoio de uma mão,
Para não sentir a nossa facada.

Que lugar é este onde estou,
Onde crianças são assim tratadas,
Mas será que ainda ninguém notou,
Que as janelas do mundo continuam fechadas.


Pedro Chumbo

Falso Conto de Fadas


Mais uma vez tudo volta a acontecer
No fundo do poço volto a bater

Águas imundas volto a saborear
Meu coração volta a quebrar


Por querer voltar a tentar
Por o coração querer escutar


Tudo volto a sentir
E nas aguas profundas volto a submergir


Um alguém chama a minha atenção
Para dar asas ao meu coração


Mas faz-se ouvir a voz da razão
A que não me deixa magoar em vão


Porque terá o ser humano de amar?
Porque terá o ser humano de se magoar?


Volto a clausura
A toda a amargura


Ao esquecimento
Ao sofrimento


Por todos aqueles que amei
Por todos aqueles por quem lutei


Vos largo no esquecimento
Nas profundas aguas, no tormento


Chega de amar
Chega de sofrer


Por quem não vai voltar
Por quem não quer saber


Volto a imaginar
Volto a escrever


O Conto de Fadas em que nunca irei viver….

Cathia Chumbo




Imagem (Retirada do blog: chapelariajanota.blogspot.com)


segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Loucura...ou amor?


Por vezes dou comigo a divagar
Entre palavras e pensamentos
Que não consigo significar
Dou comigo a falar
Com um alguém que só para mim existe
Que não consigo explicar
Estarei a enlouquecer??
Dou comigo a falar contigo
Não te consigo esquecer
Continuas tão presente
Mas só para mim
Marcaste-me com um sentimento sem fim
Assim fico a pensar
Que louca não estou a ficar
Simplesmente o meu ser continuas a ocupar...

Onde estás?

Onde estaras tu...
Onde estas escondido...
Onde habitas tu...
Meu amor perdido...
Amor perdido
Amor desencontrado
Amor escondido
Amor procurado
Procurei em todos os cantos do mundo
Mergulhei no mar, bem la no fundo
Os ceus sobrevoei
Mas não te encontrei
Onde habitas tu
Que me falaste
Que me encontraste
Mas nunca mais voltaste
Estas perdido?
Nao desistirei ate te encontar
Estas escondido?
Deixo de te procurar
Foi como magia
A troca de olhares
Sonhei que alguem me seguia
Mas acordei...antes de me encontrares
Cathia Chumbo

Bolinha lunar...


Vento da eterna madrugada
Que sinto na face ja gelada
Enquanto avisto a lua
Aquela que é minha e tua
O gira discos está a tocar
Aquela melodia que me faz sonhar
E numa bola de sabão flutuar


Na relva deitada
Parece ainda molhada
Aquando do anoitecer
O orvalho veio para a humedecer


Imagino como seria
Se juntos ouvissemos a melodia
Deitados sobre a manta gelada
A olhar a teia estrelada


A pensar
A sonhar
A pairar sobre uma ilusão
De uma nova paixão


Cathia Chumbo