sábado, 3 de outubro de 2009

Incoerencias de uma leitura transposta na realidade

Sentei me para ler
Um livro que não faria prever
Uma hora e meia de leitura
Num canto onde o silencio perdura

Não senti o tempo a passar
No livro me estava a embrenhar
Entre um cheiro nauseabundo
Vindo de outro mundo

Do que tentas inventar
Para poderes recriar
Uma nova vida
Uma nova saída

Homem de 90 anos procura
Menina casta e pura
Para saciar
O desejo acabar

Quando subitamente te ouço chegar
Com o sorriso que me faz transbordar
O que virás procurar?
O que não vais encontrar

Encontrou
Mas não saciou
Ela nunca acordou
Ele não a incomodou

Nunca a beijou
Nunca a perturbou
Sempre lhe pagou
Pois o seu corpo tocou

Velho toscano
Que vem ao engano
Mas tu encontraste
E não me abandonaste

Ficaste
Sorriste
Beijaste
Partis-te
És jovem...

O velho??
Não amou
Não se saciou
Os seus olhos virgens não olhou
E ainda lhe pagou

Gosto da tua chegada
Da tua permanencia
Odeio a tua partida
Principalmente a tua ausencia

Velho de 90 anos morreste ao entardecer...

Jovem de vinte e tal chegaste ao anoitecer...
Voltei...

Desta vez para ficar
Permanecer
Até morrer
Até a minha vida acabar

Vou escrever
Até a minha mão adormecer
Vou ler
Até as letras absorver
Vou sonhar
Até as estrelas alcançar
Vou viver
Até morrer

O tabu da morte

O tabu do medo
O tabu do que é segredo
Ninguém gosta de a falar
Ninguém a quer ver chegar

(...) Fica para outro dia...aquele em que a sentir...